quarta-feira, 13 de abril de 2011

Heráclito:NO UNIVERSO TUDO MUDA

Os pensadores do período inaugural filosofia  perguntam-se pela gênese do cosmos, a forma da Terra, o movimento dos astros, os ciclos meteorológicos, a origem da vida, o alcance do pensamento. Faziam perguntas que incomodam, como: eu sou quem penso que sou? Não aceitam as respostas prontas, tradicionais, e, sim, olhando em torno proferem suas conjecturas.alcance. Contra as superstições e crenças estabelecidas, contra um antigo saber já consagrado, preferiram o enfrentamento direto com o mistério, tentando decifrar os enigmas do nascimento e da morte, dos céus e da Terra.
            No meio destas indagações vamos encontrar um pensador que ajudou a mudar a forma de pensar todas as coisas, como bem sintetiza a professara Marilene Chauí (“Pausa para o Pensamento” – edição na Internet):
“Heráclito afirmava que somente o devir ou a mudança é real. O dia se torna noite, o inverno se torna primavera, esta se torna verão, o úmido seca, o seco umedece, o frio esquenta, o quente esfria, o grande diminui, o pequeno cresce, o doente ganha saúde, a treva se faz luz, esta se transforma naquela, a vida cede lugar à morte, esta dá origem àquela”.
O mundo, dizia Heráclito, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário. A luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo. Nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece, tudo se torna contrário de si mesmo. O logos é a mudança e a contradição.”
            Heráclito viveu na segunda metade do século VI A.C., em Éfeso, na Jônia, Ásia Menor. Escreveu em prosa, em dialeto jônico. Consta que por ser descendente dos fundadores da cidade, poderia ter sido rei de Éfeso, mas cedeu este direito a um irmão. Descontente com seus concidadãos, afirma, no fragmento 121, que os adultos deveriam enforcar-se todos e entregar o governo aos jovens; pois os efésios haviam expulsado da cidade, Hermodoro, seu melhor homem, porque não queriam entre eles alguém tão valoroso! Heráclito deixou de intervir nas questões políticas, passando a viver solitário. Mas com as crianças gostava de lidar. Foi visto, muitas vezes, jogando com meninos. O que aprendeu com eles deixou nestes dizeres que vêm ressoando através das eras: "O Tempo é uma criança brincando; o poder real é o de um menino" (fragmento 32).
Mas uma das expressões mais famosas atribuídas a Heráclito para caracterizar a natureza, com uma essência sempre em mudança é: Ninguém se banha duas vezes nas águas do mesmo rio. Com isto Heráclito procurava mostrar que a vida é como um rio em permanente movimento. Mas se de uma lado podemos fazer observações desta forma singelas sobre o pensamento deste filósofo, por outro é fundamental acentuar sua contribuição para o surgimento da Teoria do Conhecimento.
Trazemos novamente outra contribuição da professora Chauí sobre o pensamento de Heráclito:
“Quando estudamos o nascimento da Filosofia, vimos que os primeiros filósofos se preocupavam com a origem, a transformação e o desaparecimento de todos os seres. Preocupavam-se com o devir. Duas grandes tendências adotaram posições opostas a esse respeito, na época do surgimento da Filosofia: a do filósofo Heráclito de Éfeso e a do filósofo Parmênides de Eléia.
Heráclito afirmava que somente o devir ou a mudança é real. O dia se torna noite, o inverno se torna primavera, esta se torna verão, o úmido seca, o seco umedece, o frio esquenta, o quente esfria, o grande diminui, o pequeno cresce, o doente ganha saúde, a treva se faz luz, esta se transforma naquela, a vida cede lugar à morte, esta dá origem àquela.
O mundo, dizia Heráclito, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário. A luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo. Nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece, tudo se torna contrário de si mesmo. O logos é a mudança e a contradição.”

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